Rap é vivência, é voz, é verdade
Rap não é só música — é desabafo, é atitude, é aquilo que muita gente sente, mas nem sempre consegue falar. Como disse um dos nossos leitores: é a forma ritmada e cantada de contar o que rola de verdade nas quebradas, nos bairros esquecidos, nas vidas que a sociedade finge que não vê.
A parada começou lá atrás, com influências que vieram da Jamaica nos anos 60. Mas foi mesmo nos anos 70, no Bronx (EUA), que o rap ganhou forma com DJs e MCs mandando a real em cima de batidas pesadas. Jovens pretos e latinos, cansados de serem silenciados, criaram um som que virou movimento.
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Thayde |
Thayde foi um dos primeiros nomes a mostrar que o rap brasileiro tinha identidade própria. Junto com o DJ Hum, ele formou a dupla “Thayde & DJ Hum”, que fez história no final dos anos 80 e início dos 90. Os caras botaram o pé na porta e mostraram que a quebrada brasileira também tinha muito a dizer.
Com um estilo direto, rimas pesadas e flow bem marcado, Thayde falava de realidade, de racismo, de juventude negra e da luta por respeito. Ele estava lá antes de muita gente conhecer o rap como movimento. Se hoje o gênero é gigante, é porque nomes como ele seguraram a bronca no começo, quando era tudo mais difícil.
Além da música, Thayde também ajudou a difundir a cultura hip-hop como um todo: grafite, break, DJ, atitude de rua. Ele viveu tudo isso, foi parte essencial da formação dessa cena e inspirou uma galera que viria depois.
Hoje, o nome dele pode não estar nas paradas como antes, mas entre os que estudam e vivem o rap, Thayde é lenda. Sem ele, muita coisa não teria começado como começou.
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DJ Hum |
Nessa série de posts, a ideia é trocar uma ideia sincera sobre os nomes que marcaram o rap nacional. Gente que rimou com sangue nos olhos, com amor na palavra e com a missão de transformarl
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Gabriel O Pensador |
Gabriel o Pensador – Crítica com Rima e Inteligência
Gabriel o Pensador é um daqueles artistas que chegou no rap com uma pegada diferente, mas nem por isso menos importante. Misturando ironia, crítica social e muito bom humor, ele conquistou o Brasil inteiro nos anos 90 com hits que grudaram na cabeça e mexeram com o sistema.
Sua estreia foi explosiva com “Tô Feliz (Matei o Presidente)” — um som ousado que já mostrava sua vontade de provocar debate e bater de frente com a política. Ao longo da carreira, Gabriel falou sobre racismo, desigualdade, educação, violência, drogas e muito mais, sempre com um estilo próprio e uma voz clara.
O legal é que ele soube equilibrar crítica com acessibilidade. Suas músicas chegaram ao público geral sem perder conteúdo, e isso ajudou muita gente a conhecer o rap nacional. Além disso, Gabriel o Pensador sempre valorizou a educação e o pensamento crítico — não é à toa que o nome artístico dele já entrega tudo.
Mesmo com um estilo mais "limpo" e pop em alguns momentos, ele nunca se afastou do compromisso com a mensagem. E até hoje, quando sobe no palco, mostra que rima boa é aquela que te faz pensar.
Gabriel é prova de que dá pra ser contundente e leve ao mesmo tempo. E mais: que o rap também pode ensinar sem gritar.
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